Menos adeptos assistem aos 90 minutos de um jogo, Newcastle e Liverpool querem adquirir clubes e a Superliga europeia sofre novo revés
Há cada vez menos adeptos a assistir jogos completos, Newscastle e Liverpool também entram na febre do modelo multi-clubes e a Superliga europeia não consegue registar a sua marca
A evolução do consumo de futebol: destaques vs. jogos completos
Há cada vez menos adeptos a verem os 90 minutos de um jogo de futebol e cada vez mais adeptos a optarem por ver apenas os “highlights” dos jogos
Newcastle e Liverpool exploram modelo multi-clubes: uma nova era no futebol inglês?
Newcastle e Liverpool estão a explorar a aquisição de novos clubes, seguindo a tendência crescente do modelo multi-clubes no futebol mundial, o que pode trazer uma nova dinâmica ao futebol inglês e europeu..
Superliga dinamarquesa trava registo de marca da Superliga europeia
A Superliga Dinamarquesa conseguiu impedir o registo da marca "The Super League" pela Superliga Europeia.
A evolução do consumo de futebol: destaques vs. jogos completos
As mudanças tecnológicas e o ritmo acelerado da vida moderna têm impactado significativamente os hábitos dos adeptos de futebol. Um estudo recente da YouGov revela que cada vez menos pessoas assistem a jogos completos, preferindo acompanhar apenas os melhores momentos.
Globalmente, apenas 36% dos adeptos assistem a jogos completos, enquanto 25% optam por ver apenas os destaques. Estes números variam por país, com a Itália tendo a maior percentagem de adeptos que assistem a jogos completos (50%), seguida pelo Reino Unido e França (43%) e Espanha (40%).
As plataformas de streaming desempenham um papel crucial nesta mudança de hábitos. Na Itália, as três mais populares são Amazon Prime (28%), DaZn (15%) e Netflix (15%). No Reino Unido, a BBC iPlayer lidera (26%), seguida pela Amazon Prime (19%) e Sky Sport (18%). Em França, a Netflix é a mais popular (20%), seguida pela Amazon Prime (15%) e YouTube TV (14%). Em Espanha, a DAZN é a preferida (21%), seguida pela Netflix (17%) e Amazon Prime (16%).
É expectável que gigantes tecnológicos como Google, Apple e TikTok entrem neste mercado num futuro próximo. Com a crescente procura por conteúdo futebolístico, os clubes devem estar atentos às mudanças nos hábitos dos adeptos e adaptar-se rapidamente. A interação com os adeptos em múltiplas plataformas será fundamental para o crescimento e sucesso dos clubes.
A forma como consumimos futebol está a mudar, e os destaques estão a ganhar popularidade face aos jogos completos. As plataformas de streaming são vitais nesta transformação, e os clubes que desejam manter-se competitivos devem adaptar-se a estas mudanças. O conteúdo envolvente em várias plataformas será a chave para o sucesso no futuro do futebol.
Newcastle e Liverpool exploram modelo multi-clubes: uma nova era no futebol inglês?
Newcastle United e Liverpool, dois dos principais clubes da Premier League, estão a considerar ativamente a expansão para um modelo de propriedade de múltiplos clubes. Esta semana, surgiram informações de que ambos os clubes, apoiados por proprietários de consideráveis recursos financeiros, estão a explorar oportunidades de adquirir clubes adicionais como parte de uma estratégia mais ampla.
No caso do Newcastle, cujo proprietário maioritário é o Fundo de Investimento Público da Arábia Saudita (PIF), a coproprietária Amanda Staveley expressou um forte interesse em desenvolver uma rede de clubes. Numa entrevista recente, Staveley mencionou que o Newcastle analisou mercados na Bélgica, noutros países europeus, Ásia, Austrália e até no Brasil na busca de potenciais aquisições. O objetivo, segundo ela, é fortalecer o percurso de desenvolvimento de jogadores do Newcastle e aproveitar os benefícios de ter jogadores a chegar através de um sistema de academia e modelo multi-clubes.
Paralelamente, o Fenway Sports Group (FSG), proprietário do Liverpool, também está a ponderar adicionar um segundo clube à sua carteira. Com a saída prevista do treinador Jurgen Klopp e a consequente transição, a FSG trouxe de volta Michael Edwards, ex-diretor desportivo amplamente reconhecido pela sua contribuição para os recentes êxitos do Liverpool, para um cargo sénior. Parte do novo papel de Edwards será identificar e subsequentemente gerir um segundo clube para a FSG, com o objetivo de atrair talentos globais para o Liverpool.
Estes desenvolvimentos refletem uma tendência crescente no futebol mundial, com grupos de investidores e clubes de elite a procurarem os benefícios da propriedade de múltiplos clubes, tais como uma melhor capacidade de desenvolver e partilhar jovens talentos, alcançar sinergias financeiras e comerciais, expandir a base global de adeptos e diversificar as fontes de receita. No entanto, este modelo também levanta questões sobre a integridade competitiva quando clubes com o mesmo proprietário se enfrentam, exigindo uma regulamentação cuidadosa.
Com a crescente popularidade e apelo financeiro deste modelo, os movimentos do Newcastle e do Liverpool serão acompanhados de perto, podendo sinalizar uma nova era para o futebol inglês. Resta saber exatamente como estes planos se desenrolarão e que clubes específicos serão adquiridos, mas uma coisa parece certa: o cenário do futebol inglês e europeu está prestes a ficar ainda mais interconectado e globalmente entrelaçado.
Superliga dinamarquesa trava registo de marca da Superliga Europeia
A Superliga Europeia, o polémico projeto que pretende criar uma competição de elite com alguns dos maiores clubes de futebol da Europa, sofreu um revés significativo. Num desenvolvimento surpreendente, a Superliga Dinamarquesa, uma competição com 12 equipas e uma receita anual de transmissão de apenas 40 milhões de euros, conseguiu impedir o registo da marca "The Super League" pela European Super League Company S.L.
A Divisão de Oposição do Instituto da Propriedade Intelectual da União Europeia (EUIPO) decidiu a favor da Superliga Dinamarquesa, que havia registado "The Super League" como marca junto da UE. Claus Thomsen, CEO da Superligaen A/S, entidade que representa os 12 clubes da liga, afirmou que a decisão significa que a Superliga Europeia terá de encontrar um novo nome.
Thomsen sublinhou que a Superliga Dinamarquesa sempre se opôs ao desejo dos grandes clubes de criarem uma nova liga europeia, defendendo a qualificação para as competições internacionais através do desempenho nas provas nacionais. "O futebol não deve ser uma festa fechada para clubes que não se atrevem a participar numa competição aberta", afirmou.
A oposição baseou-se no registo de marca dinamarquês "SUPERLIGA", que tem sido objeto de uso prolongado e intensivo, sendo genericamente conhecida e tendo adquirido uma reputação significativa no mercado relevante. A Divisão de Oposição concluiu que "SUPERLIGA" e "THE SUPER LEAGUE" são similares, e que o uso da marca requerida tiraria vantagem desleal da reputação da marca dinamarquesa.
Esta decisão representa uma vitória significativa para as ligas nacionais e para aqueles que se opõem ao conceito da Superliga Europeia, que propõe um modelo com três divisões de 64 equipas, com acesso limitado através do desempenho interno. As ligas europeias argumentam que este formato prejudicaria as competições nacionais.
Resta agora saber se os promotores da Superliga Europeia, que afirmam ter o apoio de muitos clubes, incluindo alguns da Premier League, irão recorrer desta decisão ou considerar um nome alternativo para o seu projeto. O certo é que o caminho para o estabelecimento desta competição de elite enfrenta ainda muitos obstáculos, tanto legais como na oposição de adeptos e organismos do futebol.