Ligue 1 McDonald's, direitos de TV internacionais da EFL e perspetivas para 2024 segundo a Deloitte
Ligue 1, EFL e investidores enfrentam mudanças significativas no futebol europeu em 2024 trazidas por novos patrocinadores, acordos televisivos e um mercado desafiante, mas promissor.
Ligue 1 em busca de novo naming sponsor: McDonald's à espreita
Uber Eats chega ao final do contrato de naming com a Ligue 1 e pode ser substituída por McDonald’s
English Football League alcança acordos recorde para direitos televisivos internacionais
A English Football League fechou acordos acima dos 40 milhões de euros por época para a venda dos direitos televisivos internacionais. Wrexham pode ser uma mais-valia nos EUA.
Perspetivas Deloitte para o Investimento no Desporto em 2024: Oportunidade e Disrupção
Os investidores adaptáveis, atentos às oportunidades emergentes e comprometidos com práticas responsáveis terão maior probabilidade de sucesso num mercado desafiante, mas repleto de oportunidades.
Ligue 1 em busca de novo naming sponsor: McDonald's à espreita
A Ligue 1, principal competição de futebol em França, encontra-se numa situação que exige decisões importantes. Estando o contrato atual de naming com a Uber Eats a expirar no final da época 2023/24, a liga procura um novo parceiro que possa dar um impulso financeiro aos clubes franceses, numa altura em que a competição enfrenta desafios significativos.
Segundo fontes próximas do processo, a gigante da fast-food McDonald's terá apresentado uma proposta tentadora: cerca de 60 milhões de euros por um contrato de três anos, o que equivale a aproximadamente 20 milhões de euros por época. Este valor representa um aumento substancial face ao acordo atual com a Uber Eats, que rende 15 milhões de euros por temporada.
A necessidade de encontrar um naming sponsor forte e estável é particularmente premente para a Ligue 1, dado o contexto atual: a iminente saída de Kylian Mbappé do Paris Saint-Germain, a estrela maior da liga, não ajuda à imagem da competição; além disso, a Canal+, parceira televisiva histórica, anunciou que não irá concorrer aos direitos domésticos de transmissão pela primeira vez em 40 anos, e os direitos internacionais ainda não têm comprador.
Face à concorrência com ligas mais ricas, como a Premier League inglesa ou a La Liga espanhola, os clubes franceses precisam de um impulso financeiro para se manterem competitivos. Um acordo com a McDonald's poderia fornecer isto exatamente.
No entanto, a mudança de naming sponsor também levanta questões. Será que associar a principal liga de futebol francesa a uma cadeia de fast-food é a melhor opção considerando a imagem e os valores da competição? Como reagirão os adeptos a esta potencial mudança?
Cabe agora ao presidente da Ligue de Football Professionnel (LFP), Vincent Labrune, conduzir as negociações e tomar a melhor decisão para o futuro da Ligue 1. Os próximos meses serão cruciais para determinar o rumo da competição nos anos vindouros.
Resta-nos aguardar para ver se a Ligue 1 enveredará por um novo caminho com a McDonald's, ou se surgirão outros pretendentes. Uma coisa é certa: o futebol francês precisa de uma injeção de capital para manter o lugar na elite do futebol europeu. Será a McDonald's a fornecer este impulso? Só o tempo dirá.
EFL alcança acordos recorde para direitos televisivos internacionais
A English Football League (EFL) conseguiu acordos recorde de pelo menos 170 milhões de euros pelos direitos televisivos internacionais durante um período de quatro temporadas. Estes novos acordos garantem taxas recorde de direitos internacionais para os clubes da EFL. Duas agências, Pitch International e Relevent Sports, representam a organização nos mercados televisivos globais até ao final da época de 2027-28.
Os acordos podem permitir que a EFL — que gere a segunda, terceira e quarta divisões do futebol inglês (Championship, League One e League Two), bem como a Taça da Liga e o EFL TTrophy — receba mais do que o mínimo garantido de 170 milhões de euros, o que por si só representa um aumento de 40% em relação aos acordos anteriores. Isto significa que, em média, a EFL receberá pelo menos 42,5 milhões de euros por época nos direitos televisivos internacionais.
A Pitch International será responsável pela distribuição dos jogos do Championship, da League One e da League Two, dos play-offs de promoção, das rondas da Taça da Liga e dos jogos do EFL Trophy na Europa, no Médio Oriente, no Norte de África, na África Subsaariana e Ásia e Austrália. Já a Relevent Sports ficará encarregada da distribuição em toda a América, visando também impulsionar o perfil dos clubes nestas regiões executando esforços de marketing dedicados.
O aumento da popularidade do Wrexham após a aquisição pelas estrelas de Hollywood Ryan Reynolds e Rob McElhenney, documentada na série "Welcome to Wrexham", também impulsionou a atratividade da EFL a nível global. Este novo acordo é visto como um reflexo da popularidade do Championship e uma primeira visão da validação do potencial de crescimento da competição fora da Premier League.
É importante salientar que o valor de 42,5 milhões de euros por época é um valor mínimo garantido e que os acordos podem resultar em receitas ainda mais elevadas para a EFL. Se as agências Pitch International e Relevent Sports conseguirem atrair mais compradores e gerar receitas adicionais acima do valor que pagaram, 80% desse valor extra reverterá para a EFL, aumentando potencialmente a quantia recebida anualmente pela organização.
Perspectivas de Investimento no Desporto para 2024 da Deloitte: Oportunidade e Disrupção
O Grupo de Negócios Desportivos da Deloitte prevê um panorama dinâmico de investimento no desporto em 2024, impulsionado pela procura de propriedades desportivas premium, estratégias de investimento disruptivas e crescimento no setor do desporto feminino.
Espera-se um aumento dos investimentos minoritários, à medida que os investidores procuram aplicar capital e mitigar riscos, particularmente no mercado norte-americano. No entanto, isto pode levar a um aumento do fosso entre as propriedades desportivas de topo e as não-premium.
Os investidores podem explorar estratégias disruptivas, apostando em desportos em expansão, como o ciclismo, a vela ou o padel. A consolidação por fusões e aquisições também deverá desbloquear novas oportunidades de comercialização e crescimento.
O mercado do desporto feminino está preparado para um crescimento contínuo, sendo que os detentores dos direitos têm conseguido captar investimentos e redefinir a proposta de investimento. A avaliação recorde durante o leilão da Liga Indiana de Críquete Feminino em 2023 destaca o crescente interesse por investimentos neste setor.
Alguns investidores poderão procurar retornos em mercados adjacentes e segmentos sinérgicos, tais como tecnologias relacionadas com o desporto ou serviços complementares.
À medida que o panorama do investimento desportivo evolui, será crucial que os investidores e detentores de direitos priorizem práticas de investimento responsáveis, sustentáveis, socialmente conscientes e alinhadas com os interesses de longo prazo de todas as partes interessadas.
As Perspetivas da Deloitte para o Investimento no Desporto em 2024 sugerem a existência de um mercado repleto de oportunidades e desafios. Os investidores que se adaptarem às mudanças nas condições de mercado, identificarem oportunidades emergentes e priorizarem práticas de investimento responsáveis estarão melhor posicionados para alcançar o sucesso.